Me enrolo na prosa,
O coração se mexe, mas não completa o silêncio
A cabeça tenta, mas não basta
A noite é quente, o tempo se arrasta
Mas minha cama já não me acalenta
O sussurro do sono não me sustenta
Então o quê?
Inquieto me viro e me torço,
O texto me chama
Tenho que escrever antes de ir pra cama
Soltar esse verbo, sangrar esse esboço
A ânsia perdura e não perco o fio do sentimento
O olho me coça e eu perco minha linha de pensamento
O poema cresce, insosso, insensato
Um nó no cadarço do sapato
Me tira do sério, mas fica o ranço
O tempo passa, já não descanso
Novamente a mente me prega peça
O poema cessa
3 comentários:
Realmente, é um tormento essa angustia do escritor, entre a criatividade e o vacuo
Belo "esboço"! Ficou foda!
putz. Consigo imaginar vc assim angustiado, a noite, no seu quarto.
adorei as coisas que você escreve!
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